sábado, 11 de julho de 2015

" A VISÃO ARISTOCRÁTICA DE MUNDO".



A ideia da igualdade de direitos emergiu na modernidade como o núcleo da vida democrática. Foi a partir dessa ideia que se criou o espaço das lutas políticas em função de sua efetivação na configuração das sociedades. Desde a redemocratização após a dissolução da ditadura militar nós brasileiros temos passado por essa experiência e tomamos consciência de que há obstáculos enormes em diversos níveis de nossa vida para o estabelecimento entre nós de uma sociedade que mereça o nome de democrática. Um desses obstáculos se vincula à nossa cultura política e se pode chamar de "visão aristocrática da vida”, algo radicalmente contraposto a uma concepção democrática e ainda fortemente presente em nossa maneira de ver o social, embora no mais das vezes de forma implícita.
Uma primeira característica dessa forma de pensar é o que os sociólogos denominam a "naturalização da vida social”. Trata-se da legitimação da ordem social faticamente existente através de sua identificação com uma ordem que provém da própria constituição do ser humano. Nessa ordem não se deve tocar porque o lugar que cada indivíduo ocupa no todo social lhe é determinado pela ordem natural das coisas que lhe é transmitida em seu nascimento. Cada um deve querer ser aquilo que ele é por natureza, deve seguir o caminho que lhe foi traçado desde o nascimento em razão de sua natureza. Assim, o rico deseja ser rico, o pobre deve desejar ser pobre, o negro e a mulher não têm porque querer mudar seu lugar no mundo. Somente a ilusão, a fraqueza da vontade ou a manipulação da consciência explicam o aparecimento de posturas que não se adéquam a essa situação natural. Isso significa identificar o faticamente existente com o normativo e em alguns casos essa identificação ainda aparece justificada por referência a ideias religiosas, ou seja, é na própria esfera divina que a lei ou o conjunto das normas encontram sua origem e sua legitimação.
Na visão aristocrática da vida a experiência do outro é uma experiência de níveis distintos de humanidades: cada um se encontra num nível determinado na hierarquia dos humanos, Dessa forma, há uma experiência das diferenças entre os seres humanos que resiste às semelhanças biológicas e às características comuns do ser pessoal. A humanidade é vista como uma humanidade naturalmente diferenciada e cada um se deve contentar com "seu lugar”. Numa palavra, para essa concepção há graus de humanidade (embora normalmente ninguém tenha coragem de assumir abertamente semelhante afirmação) e nós certamente tomaríamos um grande susto se examinássemos com honestidade e rigor nossas palavras e nossos comportamentos porque iríamos descobrir que falamos e nos comportamos muitas vezes de acordo com esta concepção do mundo e por isso na realidade nos contrapomos à tese da igualdade de direitos.
A visão democrática emerge de uma experiência radicalmente oposta: pode-se dizer que aqui a experiência básica é a de que o outro é meu semelhante de onde decorre a tese da igualdade básica de todos os seres humanos e a exigência de configurar a vida de tal modo que esta igualdade básica se efetive em relações simétricas em todas as esferas da existência resistindo a todo tipo de ordenação que procure impedir ou limitar sua efetivação. Na raiz da democracia está a primazia da igualdade o que implica um combate contra os privilégios que devem neste contexto devem ser considerados como elemento inaceitável e a luta pela igualdade de direitos. Quando se assume esta postura, a visão aristocrática perde seu caráter natural e se revela como fruto de pura convenção que se funda em interesses de determinados grupos sociais. Essa descoberta do caráter construído da ordem social, econômica e política traz, como diz o presidente do Observatório de Desigualdades de Paris, P. Savidan, grandes consequências não só para a configuração da vida coletiva, mas também para a experiência que o ser humano faz de sua própria humanidade.
                                
                                                        Manfredo Araújo de Oliveira

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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

"ANDANÇA COM JESUS".[Mc-4:35-41].

INTRODUÇÃO: Este texto, narrando alguns eventos da caminhada de Jesus, com os discípulos; Nos esclarece que andar com Jesus, não é “RELIGIÃO”, mais é uma caminhada que exige de cada um que toma esta decisão, uma postura sempre gerada por fé.

1-A ANDANÇA COM JESUS, É MOVIMENTO.(V-35).
   Sendo já tarde, disse Jesus: ”Passemos para o outro lado”.
1-1-Movimento geográfico.
  • Movimentar-se de um lugar para o outro, em busca de novas atividades, novos contatos.
1-2-Movimento que não se prende aos holofotes, muitas vezes.(v-36).
  • Jesus, deixa uma multidão que o seguia e vai a outro lugar.
1-3-Movimento que nos faz ter a visão de outros lugares, outras pessoas.
  • Uma visão centrada em Jesus, não nos permite ficar parados, mais sempre em movimento.
2-A ANDANÇA COM JESUS, É O ENFRENTAMENTO DO INESPERADO.(V-37).
   Jesus, estava no barco com os discípulos, mais isto não impediu a vinda de uma tempestade, não esperada.
2-1-Andar com Jesus, não nos isenta daquilo que não esperamos.
  • Tempestade, deserto, tentação, crise.
  • Diante da tempestade inesperada, os discípulos disseram:”Vamos afundar”.
3-A ANDANÇA COM JESUS, NÃO SIGNIFICA SER ATENDIDO DE IMEDIATO.(V-38).
    Durante a tempestade Jesus, simplesmente dormi, sobre uma almofada.
  • Clame a Jesus, e ele te responderá; Porém ele tem o seu tempo, e sua hora de agir.
  • Durante a tempestade ele não agiu de imediato, mais ele estava no barco, e sua presença é mais importante do que sua ação, seu poder.
  • Quando Jesus, não responde de imediato, é preciso continuar fazendo humanamente, o que podemos fazer.
  • Muitos ficam paralisados diante do inesperado, quando muitas vezes, é preciso continuar segurando os remos, ajustar as velas, diante da tempestade.
4-A ANDANÇA COM JESUS, EXIGE DE CADA DISCÍPULO, FÉ.(V-40).
    Jesus, levanta-se, acalma a tempestade, e pergunta:”Ainda não tendes fé?”.
4-1-Fé, simplesmente muitas vezes, apenas para continuar caminhando.
4-2-Fé, para esperar o tempo de Jesus, responder.
4-3-Fé, para experimentar e ver as grandes coisas que Jesus, quer fazer.
5-NA ANDANÇA COM JESUS, PROCESSUALMENTE, É QUE VAMOS CONHECÉ-LO, NA SUA GRANDEZA E PODER.(V-41).
   Diziam os discípulos:”Mais quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?”.
  • É com a experiência da caminhada com Jesus, que teremos nossa fé aumentada; Pelo conhecimento dele e do seu poder.
6-NA ANDANÇA COM JESUS, PODEMOS OUVIR:
6-1-Ainda não tendes fé?
6-2-Por que sois tão tímidos?
6-3-Homens de pouca fé.
6-4-Grande é a vossa fé.

CONCLUSÃO: Andar com Jesus, é decisão; Exige daquele que se dispõe caminhar com ele fé; Esta por sua vez, impulsionará o discípulo, a se movimentar, a enfrentar o inesperado, a esperar a resposta ao seu clamor. Tudo isto redundará, num processo de conhecimento dele; Processo este, libertador.